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pau d´arco - UFMA - 2014

sábado, 29 de maio de 2010

vivo para sempre


Mauri,
São seis anos que não estás mais conosco, pelo menos nesse plano, entretanto nos lembramos de ti sempre, és sempre presente.

Foram tantas as lições, que sem querer, nem saber nos deixaste...

Eras um exemplo de perseverança, se começavas uma coleção, podíamos ter a certeza que ela seria completada.

Um desprendimento, que às vezes parecia desleixo, as eternas bermudas e chinelas de dedo, ias assim pra qualquer lugar e com uma superioridade surpreendente, se gostassem do teu traje tudo bem, se não gostassem, paciência, não chegavas nem a te incomodar.

Sabias combinar cores e traços como ninguém, capitavas meus desejos de diagramação pras cartilhas, panfletos, camisetas, que hoje tenho dificuldade de encontrar também nesse campo a parceria.

E como pai? Deus, como eras atento, o banho das crianças, o jantar. a merenda..., verdade que vez ou outra abusavas nos salgadinhos, mas a fruta, o suco, não faltavam, principalmente pela manhã. O almoço era sagrado, não me lembro de um só dia, que tenhamos almoçado separadamente, quando estávamos no mesmo território.

A pontualidade de buscar a Moara e o Cristian na escola, ou nas escolas (natação, inglês, bale.....), só era atrapalhada pelas minhas reuniões.

Filhão, tu vás ser eternamente lembrado e nem de longe podes ser comparado, de saída qualquer um sai em desvantagem, é melhor não concorrer, nem como marido, nem como amigo, muito menos como pai.

Adoravas carne, queijos, coca cola, nem ligava pra minhas reclamações, nos restaurantes e eventos ias buscar o que eu gostava e o que eu gostava que a Moara e o Cristian comessem, isso era a primeira coisa (o que leva o Cristian a dizer até hoje que fazias o que eu mandava), mas a tua parte era veneno puro: gordura, tempero forte....

E a confiança? Nunca tiveste nenhuma crise de ciúmes e hoje sei que ciúme não é demonstração de amor, pois amada tenho absoluta certeza de que fui, acho inclusive que continuou sendo.

Quase esqueço do amor pelo esporte, falavas sempre das montanhas, assistias aos jogos de futebol com uma calma e disciplina, se o juventus e o corintias ganhessem tava ótimo, quando a ferrari ganhava.... e o ciclismo? o box? o tênis?.... acompanhavas tudo, com emoção, mas sem agressão.

A música adoravas MPB, mas não despresavas a típica e tradicional música
bergamascas, aprendemos a cantar, até em dialeto bergamasco, e Fabrizio De Andre, Bocca di Rosa, as músicas das montanhas. Quantas coisa conhecemos e aprendemos a gostar contigo.

Não posso erminar sem falar das leituras, livros de artes, coleções inteiras, romances, revistas em quadrinho, política, biografias, tudo, não lembro de um só dia em que não estivesses lendo um livr; era o presente mais fácil pra te agradar.

Na política eras radical, Lula e Domingos Dutra, sempre, pintavas as bandeiras, cada qual mais cobiçada, os botons, as camisas, peças únicas, sempre o PT aqui e a Democracia Proletaria na Italia. Contigo, alicercei meus sentimentos de indignação e inconformismo contra qualquer injustiça e privilégio, perdi o medo de ser chata, quando se trata de defender ideias.

Pois é filhão, aí onde tu estás fica atento, pois melhorei muito, mas continuo chata, exigente, reclamona, ai Deus, como me suportaste? Mas, aprendi muito.

Segunda feira, dia 31, teu aniversário nós todos vamos estar um pouco mais que todos os dias, conectados em ti.
Espera pra ver o que aprontaremos nesse dia.

Vivo para sempre.

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