Organizações cobram posicionamento público da Secretaria de Direitos Humanos e do Governo Federal com relação à presença de um racista, sexista e homofóbico na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
As organizações abaixo assinadas vem, publicamente, requerer
um posicionamento da Secretaria de Direitos Humanos (SDH/PR) quanto à eleição
do Dep. Marco Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias da Câmara Federal.
Com surpresa, temos acompanhado a falta de empenho
político da SDH/PR, quanto a um fato que coloca em risco a garantia dos
direitos humanos no país. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
sempre foi uma instituição parceira dos movimentos sociais e da própria
SDH/PR na promoção dos direitos humanos. Até o momento, não tomamos
conhecimento de nenhum posicionamento oficial da pasta sobre a presidência da
Comissão ser ocupada por um deputado declaradamente racista e homofóbico. Além
disso, também não há nenhuma manifestação ou ação tomada pela SDH/PR quanto às
movimentações da Bancada Evangélica na Câmara, capitaneada pelo Partido Social
Cristão (PSC), com o objetivo de monopolizar a CDHM com uma explícita agenda de
retrocesso de direitos. Isso nos leva a questionar qual o posicionamento da
Presidência da República e do Governo Federal no que diz respeito à questão.
Lamentavelmente, esta atitude, que remete a uma omissão da
Secretaria de Direitos Humanos e do Governo Federal, ocorre desde o início da
atual gestão, quando foram desmobilizados todos os esforços dos movimentos de
direitos humanos para a implementação do Programa Nacional de Direitos Humanos
3, o PNDH3, publicado por meio do Decreto nº 7037 de 21/12/2009. A atual gestão
da Secretaria desconstituiu o Comitê Interministerial de Acompanhamento e
Monitoramento do programa, previsto no Decreto, e publicamente afirmou que o
PNDH traria uma “imagem negativa” para o governo.
A Secretaria de Direitos Humanos tem como missão institucional a defesa e garantia dos Direitos Humanos, especialmente de grupos historicamente discriminados e em situação de vulnerabilidade. É estarrecedora a falta de posicionamento público do Ministério também quanto a outras ações do Governo Federal, como o retrocesso da política de combate à homofobia nas escolas; à internação compulsória de usuários de crack e outras drogas e ao financiamento de comunidades religiosas terapêuticas. A SDH deveria questionar interna e publicamente medidas do próprio governo que retrocedem na garantia dos direitos humanos e fortalecem o fundamentalismo religioso, em uma clara violação da laicidade do Estado. Essas omissões contradizem os discursos emitidos pela Presidenta da República que, internacionalmente, defende a universalidade dos direitos humanos.
A Secretaria de Direitos Humanos tem como missão institucional a defesa e garantia dos Direitos Humanos, especialmente de grupos historicamente discriminados e em situação de vulnerabilidade. É estarrecedora a falta de posicionamento público do Ministério também quanto a outras ações do Governo Federal, como o retrocesso da política de combate à homofobia nas escolas; à internação compulsória de usuários de crack e outras drogas e ao financiamento de comunidades religiosas terapêuticas. A SDH deveria questionar interna e publicamente medidas do próprio governo que retrocedem na garantia dos direitos humanos e fortalecem o fundamentalismo religioso, em uma clara violação da laicidade do Estado. Essas omissões contradizem os discursos emitidos pela Presidenta da República que, internacionalmente, defende a universalidade dos direitos humanos.
Diante dessas questões e tendo em vista que a SDH é o
Ministério responsável por garantir a perspectiva de Direitos Humanos
estabelecida pelo Governo Federal, requeremos posicionamento deste Ministério e
da presidenta Dilma sobre a recente usurpação da CDHM por interesses privados
contrários a efetivação dos direitos e sobre os recentes recuos na agenda dos
direitos humanos no Brasil, em razão de alianças e pressões de setores
religiosos conservadores.
Atenciosamente,
1. ABECIPSI - Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia
2. ABEP - Associação Brasileira de Ensino de Psicologia
3. ABOP - Associação Brasileira de Orientação Profissional
4. ABPD - Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento
5. ABPJ - Associação Brasileira de Psicologia Jurídica
6. ABPP - Associação Brasileira de Psicologia Política
7. ABPSA - Associação Brasileira de Psicologia da Saúde
8. ABRANEP - Associação Brasileira de Neuropsicologia
9. ABRAP - Associação Brasileira de Psicoterapia
10. ABRAPEDE - Associação Brasileira de Psicologia nas Emergências e Desastres
11. ABRAPEE - Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional
12. ABRAPESP - Associação Brasileira de Psicologia do Esporte
13. ABRAPSO - Associação Brasileira de Psicologia Social
14. ANPEPP - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia
15. AMNB - Articulação das Organizações de Mulheres Negras Brasileiras
16. AMB - Articulação de de Mulheres Brasileiras
17. ASBRo - Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos
18. Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT
19. CFEMEA - Centro Feminista de Estudos e Assessoria
20. CFP - Conselho Federal de Psicologia
21. Conectas
22. CONEP - Coordenação Nacional dos Estudantes de Psicologia
23. Conselho Federal de Psicologia
24. Conselho Indigenista Missionário
25. Crioula
26. FENAPSI - Federação Nacional dos Psicólogos
27. FLAAB – FEDERAÇÃO LATINO AMERICANA DE ANÁLISE BIOENERGÉTICA
28. Fórum Cearense de Mulheres
29. IBAP - Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica
30. Instituto de Estudos Socioeconômicos - INESC
31. Instituto Negra do Ceará.
32. JusDh - Articulação Justiça e Direitos Humanos
33. Justiça Global
34. MNDH - Movimento Nacional de Direitos Humanos
35. Plataforma Dhesca Brasil - Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais
36. Rede Feminista de Saúde
37. Relatoria Nacional do Direito Humano à Educação
38. Relatoria Nacional do Direito Humano à Terra, Território e Alimentação
39. Relatoria Nacional do Direito Humano ao Meio Ambiente
40. Relatoria Nacional do Direito Humano à Saúde Sexual e Reprodutiva
41. SBPH - Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar
42. SBPOT - Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho
43. SOBRAPA - Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura
44. Sociedade Maranhense de Direitos Humanos
45. Sociedade Paraense de Direitos Humanos - SDDH
46. Tambores de Safo
47. Terra de Direitos48. Centro de Direitos Humanos de Londrina - CDH-LD49. Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará - CEDENPA
50. Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente - ANCED
51. Observatório de Favelas
52. Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais - ABONG
53. Coletivo de Entidades Negras - CEN Brasil
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